É o que mostra um estudo sobre vida familiar, realizado com 100 mil pessoas, na Grã-Bretanha. Uma das razões seria porque a criança não tem de lutar pela atenção dos pais
Foi-se o tempo em que ser filho único era sinônimo de ser mimado. O mito nasceu em 1896 com o livro “Of Peculiar and Exceptional Children, do psicólogo americano Granville Stanley Hall e influenciou pesquisadores durante décadas. Nele, o especialista descrevia os filhos únicos como pouco sociáveis e superprotegidos.
Recentemente, no entanto, novos trabalhos surgiram mostrando que não existem diferenças significativas no desenvolvimento emocional dos filhos criados sozinhos daqueles educados com irmãos. E mais: um estudo feito pela Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, com mais de 100 mil pessoas em 40 mil lares, revelou que filhos únicos são mais felizes do que aqueles que têm irmãos.
Segundo a coordenadora da pesquisa Mas Gundi Knies, as principais razões para chegar a esse resultado é que o filho único não precisa lutar pela atenção dos pais, não sofre bullying dos irmãos mais velhos, nem recebe apelidos maldosos. Além disso, tem todo o investimento dos pais, ou seja, sobra mais dinheiro para se investir na educação da criança.
Se o problema era aprender a dividir, é preciso levar em conta que a realidade mudou. Há 20 anos, a maioria das mães não trabalhava e conseguia acompanhar os filhos o tempo todo. Nesse caso, um filho único teria toda a atenção para si. “Atualmente, é cada vez maior o número de mães que trabalham e a criança tem que aprender a dividir a atenção dos pais com outras prioridades”, diz Rita Calegari, psicóloga infantil do Hospital São Camilo (SP) e colunista da CRESCER.
Outra mudança está na idade em que as crianças entram na escola. Se antes elas começam a estudar aos 6 anos; hoje, é comum irem para o berçário com 1 ano apenas. E essa é uma nova chance de conviver com outras crianças, fazer amigos e, de novo, aprender a compartilhar.
“Os filhos únicos ainda saem ganhando porque aprendem a ficar sozinhos e esse momento é importantíssimo para pensar, imaginar e formar a própria identidade”, completa Rita. O mais importante, com ou sem irmãos, é que a família seja unida. Isso, sim,
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